segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Na Constelação do dia

Em relação aos pombos de correio... Bem, não vejo algum sobrevoando por aí, tem algum tempo!

Narrativa de mais um dia na vida de ‘Bitcho’. É assim que todos passaram a chamar Carlos depois de todos aqueles dias ao seu lado.

São 6 da tarde e o dia está indo embora. Ou, apenas começando. Isso variava muito na cabeça de Bitcho que parecia cada vez mais confusa. “Por quê ela não atendeu o telefone?” Se ele estava apaixonado? Com toda a certeza! Podiamos ver no sorriso que dava toda vez que tocava no nome da musa que estava só de passagem na cidade, mas que havia roubado o coração de Bitcho. Como as mulheres confundem facilmente a cabeça dos homens! [e vice-versa!]

O cansaço do trabalho, que não era  tão fácil quanto parecia: transparecia por entre os dedos das mãos com pequenos cortes, que somente quem sabia como eram as mãos de Bitcho podia reconhecer. O cansaço e o aperto no coração estavam á beira de fazer Bitcho ter um surto! Logo ele, que sempre fora tão calmo e paciente com as pessoas ao seu redor, se via preso. Com vontade de gritar, de sair correndo! Mas foi tomar banho... Afinal, Em relação aos pombos de correio... Bem, não vejo algum sobrevoando por aí, tem algum tempo!

Narrativa de mais um dia na vida de ‘Bitcho’. É assim que todos passaram a chamar Carlos depois de todos aqueles dias ao seu lado.

São 6 da tarde e o dia está indo embora. Ou, apenas começando. Isso variava muito na cabeça de Bitcho que parecia cada vez mais confusa. “Por quê ela não atendeu o telefone?” Se ele estava apaixonado? Com toda a certeza! Podiamos ver no sorriso que dava toda vez que tocava no nome da musa que estava só de passagem na cidade, mas que havia roubado o coração de Bitcho. Como as mulheres confundem facilmente a cabeça dos homens! [e vice-versa!]

O cansaço do trabalho, que não era  tão fácil quanto parecia: transparecia por entre os dedos das mãos com pequenos cortes, que somente quem sabia como eram as mãos de Bitcho podia reconhecer. O cansaço e o aperto no coração estavam á beira de fazer Bitcho ter um surto! Logo ele, que sempre fora tão calmo e paciente com as pessoas ao seu redor, se via preso. Com vontade de gritar, de sair correndo! Mas foi tomar banho...  a água refresca a alma, traz boas energias e elimina as ruins! Depois do banho, sentiu-se á vontade para sentar-se no sofá, ao lado da mãe. Trocar algumas palavras, risos em frente à TV, mesmo que só de toalha, não importava. Aquele ser ao seu lado era sua mãe e o entendia. Nada melhor do que sentir a presença dos pais. Saber que temos alguém com quem contar, não importa qual seja a situação.

Vestiu-se e sentiu as mãos tremerem enquanto andava pela casa. O estômago fazia barulhos, a fome estava presente. Foi até a cozinha, tomou seu leite com bolachas, como de costume nos fins de tarde. Fez isso sem prestar atenção se o que estava comendo eram bolachas, ou palitinhos de churrasco. O pensamento estava nos olhos da menina, nos lábios, em cada palavra que ela havia lhe dito. Em cada mexer de cabelo que ela fazia, em cada abraço que ela lhe dava, o aperto no coração aumentava, e não se tinha o que fazer. Ele precisava ver a dita menina.

Foi até o seu computador, ouviu as músicas que mais gostava do Metallica, recordando-se que perdera o show que a banda fez recentemente no país. Dos dias em que planejou ir ao show, acampar dois dias prá ver o show, sentir a energia que fazia os pêlos do braço arrepiar, só em pensar que ouviria todos aqueles solos de guitarra... E, ao fim, que tudo isso não passara, mais uma vez, de sonhos escondidos entre o cérebro e o coração. Ouviu as músicas e fez a tão esperada inscrição na faculdade que tanto queria. Na verdade, não era a que realmente ele queria, mas está era uma porta para realizar o seu maior sonho. Era um passo a mais em direção a tudo que vinha desejando já tinha algum tempo. Viu que conseguiria entrar na faculdade, dentro dele o coração pulava e a vontade era de gritar de alegria! Gritar, e gritar, e cantar! E assim fez...

Pegou o carro do seu pai [já que o seu havia vendido, para guardar ‘grana’  para quando entrasse para a faculdade], deu algumas voltas na pequena cidade, que se mostrava com o mesmo rosto na rua iluminada, com cheiro de sonhos e mesmice.

Precisava ver a menina. Decidiu então, ir até a suposta casa do pai, onde estava passando as férias com a mãe. Chegando à casa, tudo escuro. Nada de luz, nada de movimentos. Parecia não haver ninguém. Ficou alguns minutos ali parado, olhando a casa, a casa o olhando. Até que, uma garotinha que devia ter seus 11 ou 12 anos, e que já não é mais tão garotinha assim [como os tempos mudam!], disse: “Não tem ninguém. Ela deve ter ido embora ontem á noite, porque não vi ninguém o dia todo aqui!” [é incrível como muitas pessoas á nossa volta, observam as coisas que nos acontecem.] Nesse momento, a vontade era de se descabelar e gritar. “Por que ela teria ido sem se despedir? Não teria conseguido tempo? Não queria? Teria realmente ido embora?” Eram tantas as perguntas que não conseguia organizar os pensamentos, para tirar alguma conclusão do que teria acontecido.

Rapidamente, deu a volta com o carro e saiu. Continuou andando. Vontade de ficar sozinho, vontade de encontrar alguém. Vontade mesmo era de beber! Passou na padaria da cidade, onde o pai tinha conta, pois não tinha um tustão no bolso. Lá comprou uma vodka e um refrigerante para acompanhar o amargo da tristeza que trazia no peito.

Não tinha de ficar triste. Precisava se alegrar tinha conseguido entrar prá faculdade, precisava ficar feliz... Pegou o celular e ligou para um de seus amigos, este, que era conhecido como Urso no inverno, isso porque havia engordado alguns quilinhos nos últimos tempos, ficando como um Urso no inverno. Perguntou-lhe se estava de carro, o Urso respondeu que estava de moto, o carro estava com o pai. Bitcho ficou aliviado, sua gasolina estava na reserva e ele não tinha como abastecer o carro, tinha que ficar ali, no fim da cidade, onde não tinha muita gente, além de duas ou três pessoas iludidas com seus sons automotivos. Logo que o urso chegou percebeu o conflito entre as lágrimas e sorrisos que Bitcho escondia no rosto. Mas não deu tanta importância ao que via, e começaram a beber. Resolveram ligar prá outro amigo, o Will, que estava sempre presente com os amigos, sorrindo, bebendo, era um companheiro nato, daqueles que carregava no coração todos os amigos. Subindo até a ‘bebedeira’ encontrou o Alan, que estava dando voltas pela cidade, perdido, sem saber o que fazer. Cansado da cidade que mostrava sempre a mesma expressão nas noites. Querendo estrada, sair, aventurar-se mais uma vez... Will o convidou prá ir também até o fim da cidade e beber. Sem pensar duas vezes, Alan concordou e foi.

E lá estavam os quatro bebendo, rindo, olhando as estrelas, ouvindo um rock n’ roll! Naquele momento nada mais importava, todos estavam se sentindo bem. A garrafa de vodka foi chegando ao fim, os cigarros também. Reuniram dinheiro para comprar mais uma garrafa de vodka e Will disse que ia buscar Indaquéia. Uma menina, que fazia parte do ‘circulo’ de amizades, e que geralmente, quando não estava fora da cidade, costumava estar por perto deles. Will pegou sua moto e foi até a casa de Indaquéia, que estava com sono, mas que não era de dizer não para uma vodka com boa companhia! Foram. Passaram em um dos bares da cidade, compraram mais vodka e gelo. Chegaram ao fim da cidade: A energia era boa, parecia o equilíbrio. Bitcho abraçou fortemente Indaquéia, eram como irmãos. E lhe contou sobre os últimos acontecimentos e as estrelas que brilhavam tanto aquela noite. Continuaram a beber, contar histórias e encher os rostos de sorrisos entre a fumaça dos cigarros. Compartilharam salgadinhos, quando a fome veio. Trocaram de música até encontrar o compasso certo para armazenar aquele momento na memória. E mais uma vez, desejaram ter uma câmera fotográfica para relatar aquela noite, para que mais tarde, pudessem ver os próprios rostos e lembrar-se dos sorrisos. As estrelas se movimentando no céu, comprovavam mais uma vez que a Terra realmente girava. Logo Urso foi embora, estava um pouco bêbado e resolveu ir.

Dois carros chegam, com algumas moças e rapazes e ficam próximos de onde Bitcho e seus amigos estavam. Bitcho então começa a gritar, chamando as moças. Percebe que são seus conhecidos e vai até lá cumprimentá-los. Will, Alan e Indaquéia ficam no mesmo lugar. Logo Oscar chega, cumprimenta e fica ali. Querendo saber o que estavam fazendo ali bebendo. [algumas pessoas deixam de ter grandes amigos por perto, porque não se permitem;] Bitcho volta, indignado. Conta que havia discutido com um dos rapazes que estava em um dos carros... Diz que não entende como o tal pode ser tão ‘ignorante’ ao ponto de cometer certas atitudes. As veias de seu pescoço saltam. Mas logo voltam ao normal. Will vai embora, porque tem de acordar cedo para trabalhar. Mas Bitcho, Alan, Indaquéia e agora Oscar, ficam. Copo vai, copo vem. A vodka vai chegando ao fim e o tempo vai passando. Alan resolve ir embora. Oscar vai também.

Mais uma vez, estavam ali. Bitcho e Indaquéia, com seu álcool, seus cigarros, o rock n’ roll no fundo, com as estrelas iluminando a noite. Os sorrisos sinceros nas conversas mostram o quanto a amizade entre os dois é verdadeira. Não costumavam deixar um ao outro com a garrafa de vodka. Isso poderia acarretar conseqüências.

Depois de muito conversar, resolvem por vez ir a casa onde outros amigos estavam. Já era madrugada, mas aquela noite, como todas as outras, tudo podia!

Chegando na casa encontraram muito bom humor e álcool! Ali ficaram. Mais sorrisos, mais conversas. Por fim o típico jogo da verdade. Usando uma garrafa que dizia quem pergunta e quem responde, ficaram um bom tempo, ouvindo as histórias que cada um tinha á dizer. Nada saíria da mesa. Era como se fosse um pacto. Guardar os segredos alheios. E assim se fez. Depois de algumas rodadas, é preciso ir embora. Logo amanheceria. Bitcho cansado de receber ligações dos pais, que exigiam que ele retornasse para casa, vai embora. Os outros ficam. Bitcho se despede, entra no carro; está um tanto quanto tonto, os postes que iluminam a cidade parecem ter metros e metros de altura, enquanto a rua parece ficar cada vez mais pequena. Com um pouco de dificuldade, mas consciência chega em casa. Deixa o carro na garagem, joga a chave do carro na mesa da cozinha. Passa o corredor, se joga na cama. Tudo parece girar. Sente o vômito subindo por sua garganta e corre até a janela. Vomita, vomita, vomita. Parece estar melhor, vai até o banheiro, lava o rosto, escova os dentes. Rapidamente volta para o quarto e no espaço de tempo entre estar no ar, e cair na cama: dorme!

Acorda com o sol batendo na cara, o celular tocando com seu irmão ligando para trabalhar. A mãe na porta bate, dizendo que Bitcho havia vomitado em cima do gato, que dormia na grama em baixo da janela. Mais um dia que começa... E o que Bitcho está sentindo? O resto da sociedade não está nem aí! Mas Bitcho é diferente do ‘resto’, sabe muito bem como seguir a vida. O seu coração vai bem além das estrelas!

[...]


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