Estas tuas palavras mortas
que saem pela tua boca torta
nada dizem, e não há perdão.
Tua voz não tem ouvido,
contenta-te em traduzir os vícios,
negados, na contramão.
Estes teus dedos de gente,
teu sorriso displicente
é amargura e solidão.
Tua cara mal lavada
a preguiça escancarada
mostra-se na tua direção.
Estes teus passos sem nome,
roubados foram, daquele homem,
entristece o teu viver.
Teu olhar estupefato
diante outro escapulário
desvanece o teu querer.
Estes teus pés de indigente,
tua cobiça displicente
só mostra quem tu almeja ser,
mas não é.
Há, se tu te orgulhasses das pegadas dos teus pés.
[fazer o quê, se para você, é mais bonito aparentar estar na tv?!]
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
domingo, 15 de dezembro de 2013
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Estáticas as mãos destroçam os vidros da janela que não se abre.
São mil olhos escondidos nas paredes do corredor
e tu estás cego.
O vidro corta-te os dedos sem sangue -
a vida escorre em rios distantes.
Desfez as malas
reuniu as tralhas e
compôs uma canção para enfim cantar.
A voz ecoou penetrante e os vidros
espalhados já não são importantes -
os dedos jorram sangue: flores e diamantes.
A Terra a girar.
São mil olhos escondidos nas paredes do corredor
e tu estás cego.
O vidro corta-te os dedos sem sangue -
a vida escorre em rios distantes.
Desfez as malas
reuniu as tralhas e
compôs uma canção para enfim cantar.
A voz ecoou penetrante e os vidros
espalhados já não são importantes -
os dedos jorram sangue: flores e diamantes.
A Terra a girar.
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
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Esses teus olhos desgastados não enganam mais os meus passos.
Teu rosto bonito é ultrapassado - distante.
Faz meu vômito nada errante e te queimo com gelo - sofrendo o inverno distante.
Sem alfabeto teu nome nada mais diz.
Esforça-se com sorrisos engasgando o jantar -
não quero mais te olhar
Essa tua luta constante,
enfadonha - tu és igual.
Tua arte é plástico,
teu respirar trágico
o teatro soprando a vida enquanto cospe em teus sapatos
tu não precisa de nariz de palhaço,
não tens faca e nem queijo na mão,
logo terás somente uma direção.
Esses teus olhos desgastados escondem
o sofrimento que respira na tua pele tingida,
transvestida de peseudohumanização
Teu rosto bonito é ultrapassado - distante.
Faz meu vômito nada errante e te queimo com gelo - sofrendo o inverno distante.
Sem alfabeto teu nome nada mais diz.
Esforça-se com sorrisos engasgando o jantar -
não quero mais te olhar
Essa tua luta constante,
enfadonha - tu és igual.
Tua arte é plástico,
teu respirar trágico
o teatro soprando a vida enquanto cospe em teus sapatos
tu não precisa de nariz de palhaço,
não tens faca e nem queijo na mão,
logo terás somente uma direção.
Esses teus olhos desgastados escondem
o sofrimento que respira na tua pele tingida,
transvestida de peseudohumanização
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
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Olhou para trás mais uma vez e o viu longe, parado. Como se estivesse
olhando em sua direção. Na realidade, conseguia ver claramente os seus olhos,
apesar dos trinta e tantos passos de distância:
trazia a mesma esperança que se transformava em riso de criança –
puro.
O admirava. Por isso, jamais teve coragem de dizer qualquer frase em
sua direção. As palavras atravessavam-lhe a garganta, faziam pulsar rápido o
coração e as mãos tremiam. Então acendia incessantemente os cigarros e mantinha
os pés descalços, longe. Nada seria em vão.
Sabia.
Jamais tocaria o seu coração. Não queria.
Manteve os olhos distantes uma última vez, voltou o corpo em frente e
construiu uma nova direção. Nada fora em vão,
os passos seguem leves, sem tocar o chão.
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