E não há nada que se possa fazer. Você escolhe e define o
gosto que pousa leve na sua língua úmida, de desejos – de viver [?]
E é assim. Corre. Vai. O A-lém está bem aqui!
E não há nada que se possa sentir, que já não esteja dentro
de ti.
Seu ar escorre entre tuas veias e leva o sangue quente que ferve ainda mais o coração.
Seu ar escorre entre tuas veias e leva o sangue quente que ferve ainda mais o coração.
O pássaro voa, você permanece assistindo tudo com os pés no
chão.
Não há nada que te faça voar, tuas mãos desconhecem o gosto
intenso no prazer de tocar, a ti.
Então foge enquanto sorri juntando as mentiras que te fazem imergir – o teu sonhar sem agir.
Então foge enquanto sorri juntando as mentiras que te fazem imergir – o teu sonhar sem agir.
Fácil como a cortina dançando com o vento.
E não haverá som algum que desperte o teu pensar, enquanto
teu silêncio não conseguir falar.
Tua voz crua e pura convida os passos á gargalhar.
Tua voz crua e pura convida os passos á gargalhar.
Os dentes secos almejam a saliva que esquenta o ar.
Por quê você insiste em caminhar?
E não há lugar algum que se possa descansar. Teus passos
pesados afastam toda a sombra que pode inundar teu céu, teu mar e o teu ar. Teu
termômetro está sempre no mesmo lugar.
A escuridão nos teus olhos, tu permanecerás a alimentar.
Não haverá sabor algum que teus delírios consigam tocar.
Pois teu gosto se esconde nos cheiros amargos que lança o perfume eclodindo
impuro o girar do ar.
Os ouvidos não mastigam a saliva do respirar – amar.
E nada fará teu coração pulsar nas manhãs de domingo
enquanto os olhos fechados dos sábados sustentarem o impulso que se prende
feito lago se negando a encontrar o mar.
Os sais dos dias adocicam os olhos, condensam forte-leve
insistindo em libertar.
E não há nada que te faça escravo se não a vida escorrendo
longe das tuas mãos. Teu alívio no fim da tarde mostra forte a ilusão.
A estrada é a mesma e os pés dizem não.
E não haverá nada que não lhe mantenha vivo, independente da
tua percepção
.
.
Os pontos de partida e de chegada se estendem próximos da
tua imensidão, interligados e conexos com o sim no teu não.
Diz-te se é orgânico o material que constrói as paredes do
teu coração?