domingo, 27 de maio de 2012

Assim


Naquele instante o coração acelerou incansavelmente. Fez o sangue correr em delírio sem acreditar nos olhos que viam, mas se afogando na lembrança do que sentiu nos dias passados, quando os passos ainda não distinguiam caminhos, e que se encantaram com aquele riso que agora, fazia-se perto. Como ver uma tempestade no horizonte. Ela poderá seguir até que molhe as roupas que acabo de estender no varal, ou destelhar as pequeninas casas da cidade que se limita entre os rios, e até pode se entregar ao vento, trazendo o sol de volta ao céu cinza. Então, diante de toda a distância entre as gotas de chuva nas nuvens e o chão, acabava por se distrair em qualquer outra situação de modo que se o sol aparecesse, não lembraria da tempestade que delicada aguçava os olhos no horizonte. Obstante, se a tempestade aparece molhando a janela, mais que depressa despiria o corpo para que a alma bailasse de encontro as gotas da chuva. Sem se importar com os raios que outrora derrubava as árvores, mas cegando-se na luz depois dos trovões. 

Quando a tempestade chegou, abraçou-a como quando era criança, que com medo e esperança abraçava os anjos antes de dormir...  A ansiedade comia-lhe os olhos no gesto que o tempo acelerava o coração por simplesmente, vê-lo, perto das mãos, mas principalmente, tocando o coração.

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