Naquele instante o coração
acelerou incansavelmente. Fez o sangue correr em delírio sem acreditar nos
olhos que viam, mas se afogando na lembrança do que sentiu nos dias passados,
quando os passos ainda não distinguiam caminhos, e que se encantaram com aquele
riso que agora, fazia-se perto. Como ver uma tempestade no horizonte. Ela
poderá seguir até que molhe as roupas que acabo de estender no varal, ou
destelhar as pequeninas casas da cidade que se limita entre os rios, e até pode
se entregar ao vento, trazendo o sol de volta ao céu cinza. Então, diante de
toda a distância entre as gotas de chuva nas nuvens e o chão, acabava por se
distrair em qualquer outra situação de modo que se o sol aparecesse, não
lembraria da tempestade que delicada aguçava os olhos no horizonte. Obstante,
se a tempestade aparece molhando a janela, mais que depressa despiria o corpo
para que a alma bailasse de encontro as gotas da chuva. Sem se importar com os
raios que outrora derrubava as árvores, mas cegando-se na luz depois dos
trovões.
Quando a tempestade chegou,
abraçou-a como quando era criança, que com medo e esperança abraçava os anjos
antes de dormir... A ansiedade comia-lhe
os olhos no gesto que o tempo acelerava o coração por simplesmente, vê-lo, perto
das mãos, mas principalmente, tocando o coração.
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Fração de segundos...