As canecas se misturam com os
pratos e os nossos passos jogados fora feito os sorrisos negados nos bom dias,
acabam feito a poeira no sapato que não se usa mais. Os cadarços enforcam as
lembranças e fazem chorar as vontades passadas no presente, que respira
escondido nos papéis em cima da mesa, e que eu não quero olhar. Tampouco quero
ver você outra vez, no espelho me olhando enquanto toca os desejos do outono. A
primavera logo vem, com o frio do inverno e o calor do verão ainda derretendo o coração, quente. Teus lábios, longe dos meus, jamais estiveram tão
perto como nessa manhã. Abro os olhos e tua perna desliza gélida entre as
cinzas do cinzeiro que, eufórico no meio dos movimentos virou cavaco no chão,
por isso o sangue na minha mão direita. Quem sabe se fosse esquerda, estaria
manchada com a ilusão daquele Che e o chá da tarde. Conversas inúteis, teoria na
visão e nada na imaginação, que dirá nas atitudes enterradas no chão. Tudo
segue. A pipa no ar dança no sorriso do mulatinho que comprou o meu pão
ante-ontem. Eu não quis sair nu. Mas roupa alguma me cabia na pele, nada me
bastava, nem meus poros. A casca fróidiana, o maluco beleza dá-e-esquina e as
prostitutas sobre a mesa do botiquim, tudo isso me faz pedir mais uma dose, de
Gin. Amargura escondida na vida, leve. Ah, como peço que me leve! Na distância
que aproxima o coração dos pés e das mãos; no amor que move o pensamento,
transforma a ilusão, concretiza esse delírio que não cabe mais em mim e nem no
chão... Quem sabe voasse, sumisse, se transmutasse. O absurdo. O gosto singelo
que envolve a boca no sono do herói em missão. Tudo além daquilo que parece
perto, longe, distante, pertinho do coração e das canecas quebradas, café coado
no chão. Bom dia! Suspiros congelam o sopro do forno, os talheres e o fogão.
Logo vem o almoço, jantamos amanhã então?
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Fração de segundos...