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Olhou para trás mais uma vez e o viu longe, parado. Como se estivesse
olhando em sua direção. Na realidade, conseguia ver claramente os seus olhos,
apesar dos trinta e tantos passos de distância:
trazia a mesma esperança que se transformava em riso de criança –
puro.
O admirava. Por isso, jamais teve coragem de dizer qualquer frase em
sua direção. As palavras atravessavam-lhe a garganta, faziam pulsar rápido o
coração e as mãos tremiam. Então acendia incessantemente os cigarros e mantinha
os pés descalços, longe. Nada seria em vão.
Sabia.
Jamais tocaria o seu coração. Não queria.
Manteve os olhos distantes uma última vez, voltou o corpo em frente e
construiu uma nova direção. Nada fora em vão,
os passos seguem leves, sem tocar o chão.
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Fração de segundos...