segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Os dias passam lentamente, como os dias de Saturno.

Já diziam-me algumas vezes: ‘Cabeça vazia é oficina do diabo!’



E eles não estavam errados quanto á isso.

 

É como cobrir uma enorme cadeira com pedaçinhos de tapete Persa. Recortá-lo em forma de triângulos escalenos e ver um céu colorido em espuma e vertigem correndo por entre os vértices. Não seria mais fácil, fechar os olhos e dormir eternamente num sonho? No sonho mais belo, com flores, chocolates e sorrisos. Esquecer-se de tudo que se viveu. Parar de pensar no que se pode vir a viver, e finalmente voar por entre os pensamentos adormecidos! Assim, não se viveria o real aqui fora. Mas se viveria o real que se criou. E o real que se criou, não é real de verdade? Quer dizer, o que é a realidade e o que não é real no nosso meio? Compreendendo como real tudo aquilo que podemos tocar, sentir, ver?... Quando vemos uma árvore, não precisamos tocá-la para saber que a mesma está ali, fazendo a fotossíntese. Quando sorrimos, nos sentimos alegres, sabemos que essa alegria foi gerada por algum ato que fizemos; por que encontramos alguém, ou ouvimos uma piada, ou estamos comendo um chocolate, enfim, fatores variáveis que levam o ser humano á se sentir alegre, feliz. Assim funciona também a dor. Tais sentimentos acontecem em proporções diferentes, conforme a intensidade daquilo que se fez, refletindo naquilo que se sente. A dor é maior, quando levamos um tiro em batalha, do que quando cortamos o dedo no café da manhã? Tanto o dedo cortado, quanto o braço baleado vão doer. Um mais que o outro talvez. Mas a dor é a mesma? Como podemos medir a dor, ou a alegria, ou a ansiedade? Qual é a medida das coisas que sentimos?



Podemos realmente afirmar que uma dor ou uma alegria é maior do que outra?



Não podemos. [assim penso]



A questão é conseguir identificar a essência de tais sentimentos. Conseguir sentir realmente o que cada sentimento é. Conseguir compreender esses sentimentos. E, conseguimos fazer isso? Sim. O ser humano é totalmente capaz de sentir a verdadeira energia dos sentimentos que o cerca. Conseguir ouvir o barulho de uma agulha caindo no outro canto da sala. Ver além do que os nossos olhos vêem. Sentir todas as coisas ao nosso redor... Mas isso não acontece. Não com aqueles que estão ocupados demais com seus empregos fúteis e com suas vidas ‘baratas’ [que de baratas não tem nada! Como podem pagar R$ 7.000,00 por uma champagne na virada de ano em Florianópolis, sabendo que em menos de um km de onde este indivíduo está, algumas pessoas não tem nem o que comer no ano novo?]. Deixamos-nos levar muito facilmente pela sociedade que nos cerca, que acabamos perdendo toda a essência que nos cerca. Preferimos as coisas mais fáceis. Desistimos facilmente na caminhada para algo que realmente queremos, e acabamos nos contentando com aquilo que conseguimos, na ilusão de que estamos realmente felizes com aquilo. São tantas as contradições que nos cercam que muitas vezes se torna difícil conseguir ir adiante, seguir no Universo... Mas mesmo assim, não se deixa de acreditar...

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