segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Qual é o caminho?

O papel do ensino superior no nosso meio...
É chegada a época de vestibulares, e seus resultados. Todos aqueles que então tentaram conseguir encontrar o rumo na sua vida, esperam ansiosamente a aprovação para a tão sonha faculdade [levando em consideração que nem todos sonham com o tal curso que irão fazer...]. Para os recém saídos do ensino médio, a expectativa pela mudança na sua vida, é enorme. Muito se ouve falar da faculdade: muitas festas, ‘gatinhos e gatinhas’ andando para os lados, sexo fácil, muitos amigos, professores que vão te apoiar quando você estiver de porre e não for prá aula, matérias e provas difíceis, mas que você vai conseguir tirar boas notas, mesmo indo para o barzinho todos os dias. Enfim, uma variedade de coisas vistas como boas pelos jovens [por quê continuamos com a ilusão apresentada pelos filmes americanos de que a faculdade é somente isso?]. Muito disso citado á cima, realmente acontece. Mas não em tamanha proporção, nem com todos os alunos do ensino superior. Festas e bebedeira vieram a fazer parte do meio das faculdades e universidades, na medida em que o próprio jovem construiu isso. Afinal, a fase qual se entra na faculdade [ou pelo menos se impõem que se deva entrar] é a fase em que o jovem mais quer experimentar o novo [visto que alguns, sempre tiveram e sempre terão vontade de experimentar o novo]. Por isso, tornam-se mais vulneráveis às ‘gostosuras’ da vida. Dessa forma, tudo é motivo prá mais! Prá mais uma cerveja, mais uma noite sem dormir, mais um trabalho sem entregar... E as conseqüências logo aparecem. Aos poucos, os olhos se abrem para ver, que nem tudo é um mar de rosas. E que se você quer se destacar no seu meio, você precisa se esforçar para isso. Precisa se dedicar ao máximo para aquilo que você escolheu para o ‘resto’ de sua vida... [fútil, não?!]

Com o passar dos dias vestindo a camisa de universitário, muita coisa acontece dentro das organelas do corpo humano, que fazem com que se pense: será que é realmente isso que eu quero para a minha vida? O caos dentro de si mesmo começa. Como saber que aquilo que eu estou cursando é o que eu realmente quero? Algumas pessoas nascem sabendo o que querem, outras constroem o que querem durante a sua caminhada pela vida terrena, outras deixam esse mundo sem saber realmente o que queriam.

Fica difícil para o jovem, muitas vezes, escolher o curso que irá fazer. Gosta-se de uma coisa, mas tem habilidades para outra. A família quer um curso, a professora do colégio diz que você deve fazer aquele outro, e as coisas acabam se tornando mais difíceis do que parecem. Talvez você se realize seguindo uma carreira que seus pais, seu professor, o padre, disseram para você seguir. Mas nada vai fazer você se realizar ainda mais, se sentir bem consigo mesmo e com tudo que o cerca, como seguir aquilo que você realmente sente que precisa fazer. Acredito que se as instituições de ensino superior brasileiro optassem por não somente o vestibular, não somente a forma quase que total objetiva, para selecionar os candidatos, muitas das coisas mudariam. Por quê não dar espaço para aqueles que realmente amam aquilo que querem fazer, mas que muitas vezes, por um motivo ou outro não conseguiram fazer? São tantas as formas que existem para que as coisas mudem, no entanto, preferimos continuar graduando pessoas que estão infelizes com aquilo que estão fazendo. Conseqüentemente, enchemos o nosso meio de profissionais totalmente desqualificados, mas que estão por aí, com seus diplomas em baixo do braço, trabalhando com aquilo que não gostam e deitando na cama todos os dias, fechando os olhos e tentando acreditar que tudo realmente está como deveria estar.

Quando uma instituição, seja ela privada ou não, dá o direito de um aluno cursar um determinado curso, mesmo que passe despercebido por todos os funcionários do campus, e até mesmo para o aluno, os laços estão criados. Como uma família. Um fazendo com que o outro cresça. Quando o aluno realmente deseja estar por entre as paredes da instituição, a instituição ganha com isso. Tanto um quanto o outro, passam a se esforçar para que o melhor aconteça. O aluno e a universidade brilham, mesmo que ninguém veja, o brilho está ali! Em cada sorriso que o aluno dá antes de dormir, na satisfação de estar construindo bem a sua história, e na instituição que se orgulha de ver alunos dedicados, que se esforçam para que o melhor aconteça. [...]

Porém, quando isso não acontece, temos alunos que preferem o bar á sala de aula; acabam indo mal nas provas, culpam os professores, a instituição e tudo que engloba esse meio pelo próprio fracasso. As duas partes só perdem. As duas partes fazem com que todo o meio acabe perdendo.

Simples escolhas mudam toda a nossa sociedade. [...]

Então, se ambas as partes sabem o tamanho da responsabilidade que é escolher um curso, e deixar o aluno entrar para esse curso, por quê ainda não se fez nada para melhorar isso?

A primeira, segunda, terceira chamada para entrar no ensino superior passam. Muitos entraram para a faculdade fazendo aquilo que realmente querem, outros vão com a ilusão de que estão fazendo o que querem, mesmo sabendo que não estão. As instituições receberão de braços abertos, tanto um quanto o outro. Não se sabe se todos irão continuar o curso, seguir até o fim. Alguns chorarão de alegria no dia da formatura, alguns esperarão a formatura passar para então realmente seguir a vida fazendo aquilo que querem. Mas aqueles, que não entraram para a faculdade, que por hora chorarão ao ver o resultado do vestibular; ou que não tem condições de bancar uma universidade privada; ou , ainda, que não tiveram se quer a oportunidade de passar perto de uma Faculdade, estarão aqui fora, Sonhando mais uma vez, com o dia em que tudo o que mais querem, realmente aconteça... E é claro, se dedicando para que isso realmente aconteça! [...]

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