O quê acontece com o ser humano,
que muda de uma hora para outra, perde e ganha velhos e novos sentidos; sai do
lugar continuando no mesmo lugar, ou fica no mesmo lugar, parecendo estar
andando; como se tudo e nada se movessem bem a frente do nosso nariz [e
realmente se move] e não fazemos nada?! Por quê damos a cara prá bater, e
depois nos escondemos? Ficamos com medo, ou vamos além em todos os extremos?
Apesar das contradições, o vazio parece insistir em continuar aqui dentro, como
uma ferida, como uma pedra no sapato... Como completamos esse vazio [se é que
ele pode ser completado]?
É fácil desejar ir adiante,
difícil é ter força para caminhar, para aceitar as nossas escolhas; para admitir
que erramos, ou que acertamos; para admitir que não sabemos lidar com a situação na qual nos encontramos.
São as nossas escolhas que mantém
a roldana da nossa vida funcionando, ou não (não deixe que sejam as escolhas alheias), nossas alegrias e tristezas são
escolhas nossas! Somos responsáveis por todos os grãos de feijão no nosso
‘saco’ de vida, esta que esta aqui, adormecida ou em toda à velocidade.
A insegurança aparece às vezes, e nos faz ter
mais medo ainda; ou nos faz ir mais além! Porque o simples fato de dizer
que não temos medo, nos faz ter mais medo ainda (? contradição; sempre há contradição quando se trata de sentir). Quando dizemos que não
temos medo, estamos alegando que enfrentamos tudo e todos, porque o medo de
ficar parado é ainda pior do que o medo de levar um balaço na cabeça.
O que sustenta o amor pode ser o
medo da solidão, tanto quanto a solidão pode ser o medo de se ter alguém por
perto. Todas as coisas se interligam, como nossos neurônios levando informação
ao nosso cérebro, dizendo em lembranças as coisas erradas que fizemos, e que mesmo assim, mesmo havendo consciência, continuamos a mover nossos braços e pernas; como podemos saber o que estamos
fazendo? A vida não é escovar os dentes; o escovar os dentes da vida, é tentar
limpar todo o ‘azedo’ que ingerimos, de todos aqueles que estão ou não ao nosso
lado; e nos dias em que nos encontramos, dificilmente encontramos alguém prá
ter ao nosso lado, e, quando encontramos, não nos damos conta, ou temos medo de
nos dar conta...
É como olhar pela janela, ver
todas aquelas estrelas brilhando na nossa direção, dizendo que elas estão ali,
nos iluminando, e que nós devemos nos fazer por iluminados [...]
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Fração de segundos...