segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Deslizar nos fios.

O vento fazia as folhas das bromélias balançarem, como uma sinfonia.
Sinfonia que em princípio só eu podia ouvir. Sinfonia que nem todos acreditavam. Talvez seja por isso que tenha falado tão pouco á seu respeito.
Tudo está diante do nosso nariz e não vemos. Estamos preocupados demais, tentando passar no vestibular, para mais tarde, trabalhar em outra coisa que não tem nada haver com aquilo que passamos anos estudando e que realmente gostamos [ou não, visto que isso pode acontecer contrariamente do que estou a dizer]; mas, precisamos sobreviver, então aceitamos qualquer emprego que nos ofereçam. Isso acontecia [acontece, acontecerá...] porque grande parte da nossa sociedade não está preparada para aquilo que se é, para o que realmente se é. Não querem saber se você sente o que você escreve, e não se importam se você realmente ama mais aquilo do que você mesmo, porque você se vê naquilo. Ninguém se importa se você não come, ou não dorme, para fazer aquilo que você gosta. A não ser que o que você goste renda muito dinheiro, e alguém queira apostar umas cartas em você, se você se dá bem, ok, esse outro alguém se dá bem também, ou se dá ainda melhor! Se você se torna estatística, tudo bem também, esse outro alguém tem mais o que fazer da vida, do que se importar com os sonhos desmoronados de alguém. Assim construímos o nosso ‘perfeito’ sistema, que eu, não sou mais contra como fui certo dia. Afinal, ele me tornou muito mais forte do que qualquer outra forma de ‘dinastia’ me tornaria.
Mas, ao contrário daqueles que estão em seus carros administrando grandes indústrias e bebendo um bom uísque no fim da noite, fechando os olhos ao dormir, fingindo que tudo está bem, Eu estou aqui, com a minha pinga barata, sentindo na pele que tudo não está bem. Porque eu não quero estudar arduamente o tempo que for, e acabar numa loja de conveniência. Então, você pode dizer: “- e quem disse que você vai parar numa loja de conveniência?” Realmente, eu não vou parar numa loja de conveniência. E é isso que me faz querer fazer uma fogueira com todas as sinfonias já escritas, e deixar aparecer aquelas que ninguém viu. Porque eu, eu não consigo fechar os meus olhos quando eu vejo alguém sem competência, fazendo alguma ‘coisa’ que outra pessoa totalmente capaz poderia estar fazendo, mas que não teve a oportunidade de fazer. Nem sempre, as portas se abrem, e não adianta me dizer que se você for bom, as portas se abrirão sim, que eu tornarei a dizer e dizer e dizer que nem sempre as portas se abrem. E é assim. Vem acontecendo há tanto tempo, que hoje nem vemos mais nada. Deixamos tantas coisas se perderem no caminho, que tanto faz se você realmente alimenta o teu sangue fazendo aquilo que faz. Os sentimentos já não valem nada na maioria das vezes. [...]
Todo esse ‘mau-humor’, fez com que a chuva começasse a cair [e eu não me importo se as crases estão erradas ou não, porque você está corrigindo-as para mim].

[...]

Um comentário:

  1. Quando vc me perguntou de onde vinha minha inspiração para as poesias, sonetos etc... eu te disse: "vem da observação!"
    Assim como há os que não observam, há os que não se deixam observar!
    Bjs!!!

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Fração de segundos...