quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Nuvem no solo.

Amor é uma porção de partículas densas que se diluem no ar assim que entram em atrito com outras moléculas que despejam a mesma energia que elas no mesmo momento que explodem. Tal explosão, plausível, torna o vento mais leve, as cores mais vivas... O toque lentamente suga os segundos do relógio, semelhante à um buraco negro: suga tudo que os sentidos conseguem capturar, e cria o que eles não podem. A boca saliva intensamente. Como morder um pêssego e deixar a pele aveludar-se. Congela-se então, o exato momento da explosão. O cérebro resguarda cuidadosamente tal momento e, vez ou outra, com freqüência ou, em lentos dias, trata de passar neurônio á neurônio, até que os olhos se fechem mais uma vez, e a mesma sensação que invadiu o corpo na primeira explosão, o invade novamente. Como se uma chuva de pequenas explosões circulasse membros. Pequenos e grandes, cada um com a sua devida importância, cada um lutando para criar uma nova explosão. Cada um querendo ser uma nova explosão. No outro. Em si mesmo...
Como a unha precisando ser mordida e a pele aquecida. Fogo invisível que queima os ossos. As moléculas giram no feixe de luz que envolve os olhos, que ora se fecham, ora se abrem. O suor escorre das mãos e alcança o céu. Suor desenhando nuvens, onde os pés neste instante tocam.
Amor é a explosão mais pura. Jamais extenuante. Amor é a explosão mais pura: explosão interna que se compartilha. 
[...]

Um comentário:

  1. Anônimo9/9/10

    amor é explosão! explosão infinita!! belo texto gatinha ^^

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Fração de segundos...