domingo, 15 de novembro de 2009

Cultura e seus antecedentes históricos

     Cultura. Poderíamos definir cultura como sendo tudo que o homem faz na sociedade; seus costumes, seus hábitos, sua religiosidade, suas crenças, enfim, tudo que o homem adquire como membro da sociedade; todas as transformações do homem em relação ao seu meio e a ele próprio. A palavra 'cultura', tem origem na palavra 'Kultur' [palavra germânica que simbolizava os aspectos espirituais de uma determinada comunidade], e também, com a palavra francesa civilization [que são as realizações materias de um povo], com o vocábulo inglês 'culture' que nada mais é, do que o complexo etnográfico que envolve o homem com tudo que o cerca. Edward Tylor (1832-1917) 'usou' a cultura como objeto para estudo, como sendo um fenômeno natural, que tinha causas e conseqüências. Formulou assim, a partir de seu estudo objetivo e análise feita, uma 'evolução' da culturalização.
     O ser humano adquire conhecimentos no decorrer de toda sua vida; nasce sabendo de nada, e morre sabendo muito pouco da complexidade que nos envolve. Portanto, construímos nosso conhecimento a partir das coisas que vemos, ouvimos, lemos. Nosso conhecimento se manifesta pela nossa cultura, nossa vivência, com todas as coisas que estão relacionadas às nossas transformações; o que nos torna melhores ou piores sujeitos diante à sociedade está intrinsecamente relacionado com a cultura qual seguimos, vivenciamos, transformamos.
     John Locke (1632-1704), pensador do século XVII compara o homem com uma simples folha de papel em branco, pois nascemos sem conhecimento nenhum, e construímos a nossa formação a partir do processo de endoculturação [processo de aprendizagem de uma cultura onde o indivíduo começa a adquirir seus valores e experiência desde seu nascimento até a sua morte].
     Mas, será que tudo a nossa volta, todas as coisas que o homem cria, modifica, tudo que 'transforma' em cultura, realmente nos traz mais conhecimentos a ponto de fazer com que um indivíduo mude de comportamento? Segundo Marvin Harris (1969), antropólogo americano, sim. Ele afirma que todas as transformações afetam o comportamento humano. Jacques Turgot (1727-1781) afirma também que: "[...] o homem é capaz de de assegurar a retenção de suas idéias eruditas, comunicá-las para outros homens e transmiti-la para os seus descendentes com uma herança sempre crescente." Ou seja, nosso conhecimento não tem um fim propriamente dito; tem um começo, mas tudo o que fizemos pode ser aprimorado, transformado futuramente.
     Em 1775, seguindo os passos de John Locke e Jacques Turgot, Jean-Jacques Rousseau atribuiu à educação como sendo fundamental no processo da cultura. Em 1950 Kroeber escreveu que "a maior realização antropológica da metade do século XX, foi a ampliação e a clarificação do conceito de cultura." Em 1973 Geertz escreveu o tema mais importante da teoria antropológica: "diminuir a amplitude do conceito e transformá-lo num instrumento mais especializado e mais poderoso teoricamente."
   É em 1871 que o próprio Tylor define cultura como sendo todo comportamento aprendido, tudo aquilo que independe de uma transmissão genética, como diríamos hoje. O homem seria então, o único ser que possui cultura, o único ser que pode adquirir conhecimentos, transmiti-los e formar o que chamamos de cultura.

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