sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

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E então, em meio aquela confusão de coisas plásticas, com pessoas elásticas que vendiam o seu saber disse:
- Me parece que, certas pessoas, às vezes pensam que, comendo dinheiro, vão cagar outra coisa além de merda. Não é de se espantar, tantas são as vezes em que o processo é inverso, e estas mesmas pessoas não 'mastigam' as palavras direito, de modo que a merda acaba saindo pelo lado errado. A boca até parece cheirar mal. É assim, civilização racional: uma face compra, a outra vende, sem consciência do valor real. E eu não vou pedir-vos desculpas pelas "palavras inapropriadas" utilizadas nessa ocasião, pois quando se trata de realidade, todas as palavras são apropriadas para dizê-las. De quê adianta-vos tanto conhecimento, livros nas prateleiras e nenhuma humanidade nas mãos? Vós sois tão culpados pela alienação quanto áqueles que, polidamente, criticam. Cêis não são superiores. Cêis são canalhas aproveitadores em busca de salvação, de si mesmos, é claro. Vós sois tão covardes que insistem em permanecer entre paredes muito bem planejadas. Terão algum dia coragem de caminhar pelas estradas que fogem da vossa própria visão?
Seu discurso é interrompido pelo som de louças quebrando na sala ao lado. A verdade entre as coisas apenas havia começado e o espanto, fez escorrer champanhe em lágrimas ácidas pelo chão. No entanto não há sal dos olhos que lhes salve. Havia apenas começado e por isso, há que se ter cautela ao dizer... Mesmo que as palavras para retratar a realidade sejam todas apropriadas.

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