domingo, 17 de outubro de 2010

Pétalas de gelo.

Não me convém conter palavras por medo. Embora as tempestades de verão atrapalhem as tardes de sol, são fundamentais no crescimento das flores da primavera. E eu, eu gosto de primaveras com muitas flores, cores, cheiros e sabores. Resgatar delas toda a essência que o movimento precisa e converter em passos.
Passos que o coração dá sem perceber, no meio das tempestades de verão. E que só são sentidos no florescer da primavera.
Primavera que pode aparecer no meio do inverno ou, em momento algum. A questão é cultivar serenamente as flores. Pois, elas não nascem do dia para a noite. E quando assim se fazem, acabam por murchar rapidamente. O gosto se vai e nem mesmo a cor é resgatada.
Que cor tem tuas flores? Que cheiro tem tua pele ao roçar nas cores? [...]
Os dizeres nas tempestades fortalecem as flores das primaveras. Flores que podem permanecer radiantes nos mais rigorosos invernos. Podem trazer risos e enxugar as lágrimas...
Não só de beijos vivem os amores. Não é só de calor que se faz o verão. As estações se condensam na pele e moldam a vida. Fazem do riso a harmonia do entardecer. Do choro a vontade de viver. E, das flores que um dia  permitiram viver, acabam por deixar-nos morrer. Entretanto, mesmo não vivendo com as flores, elas trazem o morrer, pelo viver na ausência delas. 
[...] Flores, cheiros e sabores que o coração insiste em querer, e a pele em transparecer...

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