sexta-feira, 26 de março de 2010

Perto do fogo, no escuro

Eu sei que eu vou para o inferno.
Consigo vê-lo todos os dias através dos meus olhos.
Pessoas como eu não vão para o céu. Tão pouco o merecem.
Eu matei alguém e por conta disso me mato á cada dia.
Em cada cigarro que apago no cinzeiro ou garrafa de álcool que jogo por debaixo de minha cama, tentado esconder de mim mesmo o que me faz dormir.
Como se eu realmente dormisse. Acabo por cair em qualquer canto...
Penso que o que me salva é meu café. Tão amargo quanto eu.

Há a minha mão, que treme, enquanto encho minha xícara de café e desespero.
Desespero que me enforca a cada segundo. E que por vezes eu o controlo.
Ou simplesmente o troco por uma droga qualquer que compro na esquina.
E quantas foram as esquinas, bordéis e até mesmo quartéis que passei. Imaginei...
Nenhum homem construiu prisão perpétua, como a que eu acabei cravando no meu peito... Me persigo á todo instante...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fração de segundos...