sexta-feira, 7 de maio de 2010

Caindo ao nada...

Como a neve, caindo tão suave como as folhas de outono.
Caindo e congelando tudo que ela tocar... Não me toque! Matar-te-ei aos poucos...
Congelarei cada célula do teu corpo quente. Sugarei todo teu calor e transformarei em gelo, para seres assim como eu, gelada. Arrancarei os passos dos teus pés. Fixá-los-ei no chão mórbido, sem vida... Roubarei de ti tua vida, assim como o ladrão na noite rouba bancos. Sem que perceba, estarei com minha mão envolta do teu coração... Sugando cada instante puro de vida. Por fim, no compasso certo, com um toque arrancá-lo-ei do teu peito. Aos poucos, congelado em minha mão ele estará. Então, jogá-lo-ei no chão que meus pés tocam, e ele se quebrará em infinitos pedacinhos, que se espalharão por determinado espaço ao meu redor. Os pedaços do teu coração se misturarão com o restante da neve que me cerca. Confundido será com a neve... Teu corpo cairá sem vida pulsando... Também se misturará a neve. Eu, ficarei ali até que possa ver seu corpo se desmanchar em meio ao frio. E, quando não puder mais distinguir o corpo da neve, conduzirei meus passos em meio a branquidão escura, que meus pés foram destinados a cruzar... Em busca de um novo coração para congelar, quebrar e continuar fazendo a neve cair...

3 comentários:

Fração de segundos...