Eu não sou...
Eu não sou eu. Eu sou outra pessoa.
Não sou quando falo, ando, sorrio ou choro. Tão pouco sou meus pensamentos.
Eu sou o que acontece antes mesmo dos meus olhos abrirem. Eu sou a explosão que gera o pensamento, que faz com que minhas mãos e pernas se movimentem, suavemente. Portanto, não penso estar certo, afirmar que sou eu agora escrevendo. A menina que esta aqui escrevendo é controlada pela menina que eu sou, lá no fundo; olhando tudo de cima. Não posso dizer que eu sou este eu, mas sim, dizer que este eu, que agora está sentada a escrever, é uma parte na formação do meu eu. Um eu, muito mais complexo, do que gestos, palavras e pensamentos. Um eu, muito além da imagem que você vê quando me encontra na rua. Um eu que nem mesmo a chuva pode tocar...
Então, eu sou dividida em partes. Pequenas, grandes, com formas variáveis, que em determinado momento, possivelmente tornam-me real aos olhos daqueles que me cercam. Ou irreal, dependendo da maneira com que se olha. Posso até dizer que sou a mescla dos dois. Ora sou eu, ora sou a ausência desse eu.
Eu sou o azul escuro lá no fundo, que está tão perto da minha pele, quanto o mar está da areia. Eu sou a possibilidade que uma partícula do tempo, designou o rompimento das múltiplas forças, que deram o primeiro passo na explosão que separou todas as partes de mim, e que futuramente formariam o Eu que agora Sou. E o que sou agora, está em constante atrito com tudo ao meu redor, para que no suposto sim, que o meu eu desenhará, eu me desintegre e volte a ser as partículas divididas que em determinado momento fui, para então, estas partículas que agora estão divididas, comecem a se juntar novamente, na busca de formar um ‘novo’ eu, mais ‘certo’...
Eu sou, contudo, a interminável busca de mim mesma, que o eu maior que eu construiu nas batalhas dos eu’s que me formam, no intuito de tornar todos esses eu’s um só eu. Para que o eu que sou de verdade, pudesse então descansar depois de todas essas batalhas contra mim mesma, vendo que o eu que eu construí, consegue andar com as próprias pernas, sem eu estar ali, gerando todo o ‘caos’ para que elas se movimentem...
[...]
Bom texto, Luana. Uma ótima reflexão...
ResponderExcluirGostei muito desta oração: "...Eu sou, contudo, a interminável busca de mim mesma..."
Visite meu blog, lá tem um texto que fala da natureza humana, logicamente que aquele é puro cientificismo, mas pode ser que goste :]