quinta-feira, 6 de maio de 2010

Durma bem, ó deus de carne e osso, com dicionário em baixo do braço

Tão simples como as lágrimas que escorriam pelo meu rosto.
Como têm coragem de me dizer tais coisas? Como tem coragem de negar teus próprios olhos? Tua própria boca? Como tens coragem de cuspir na minha cara?
O que você é? Um deus vestido de homem, que anda pelas ruas á condenar as pessoas ao teu redor? Como podes moldar teus pensamentos afim de que pareçam certos, aos que te idolatram?
Ó deus de carne e osso, com um dicionário em baixo do braço.
Nega-te á carne depois de satisfeito.
Fixa teus olhos naquilo que almeja. Distorce os passos para confundir tua cabeça.
Sabes tu o que fazes? Sabes tu o que dizes? Sabes tu do caos que construiu?
Tu só sabes daquilo que tocas, da frágil vida que tem nas mãos.
Dos lábios que ao teu redor pintam teu prazer.
Dos passos que desfilam sorrisos ao te ver.
Tu preferes a água ao vinho, e te achas mais sábio por isso.
Me condenas, me coloca na fogueira da tua própria alma. Queima a minha.
Tu me dizes frases com voz de Rei, decretando tua verdade no vento.
Tapa os ouvidos quando abro minha boca. Não percebe que dela não sai som algum...
Jogue fora tuas roupas, pois elas ainda tem meu cheiro. Faça como fiz com o meu coração...
Ó deus de carne e osso, qual será teu próximo milagre?

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